Projetos Sociais

Como o projeto começou

No início de 2022, condôminos do Porto e Veleiros, preocupados com a ocorrência de gatos domésticos (Felis catus) vivendo de forma livre em diferentes locais de ambos condomínios, reuniram-se voluntariamente para buscar uma solução para esse problema.

Gatos domésticos abandonados, sem tutores, são considerados gatos errantes ou de vida livre e, por terem em sua grande maioria comportamento arisco, possuem baixo potencial de adoção. Legalmente, são considerados animais coletivos: são de responsabilidade do Estado e da Coletividade, ou seja, todos devem ser responsáveis por esses animais, os quais têm seu direito garantido por lei a uma vida digna e segura de maus-tratos. Por outro lado, ao não haver nenhuma intervenção, a livre reprodução desses animais pode resultar em um crescimento populacional descontrolado.

Informações obtidas em cursos, legislação e bibliografia específica recomendam a técnica da “Captura, Esterilização e Devolução – C.E.D”. Utilizada desde 1960 na Inglaterra, atualmente é aplicada por diversos países, reconhecida por grandes instituições de bem-estar animal e descrita pela American Society for the Prevention of Cruelty to Animals (ASPCA) como “a estratégia mais humana, efetiva e financeiramente viável para controlar populações de gatos errantes”. Este processo envolve a captura dos gatos, esterilização cirúrgica, marcação da orelha esquerda para indicação do status de animal castrado, vacinação contra raiva e devolução ao seu território de origem. Quando possível, os animais dóceis resgatados, adultos ou filhotes, devem ser encaminhados para adoção responsável.

Elaboração do projeto

Na elaboração do projeto, foram previstos os seguintes pontos: obtenção de armadilhas e gaiolas de transporte apropriadas para felinos; identificação das colônias de gatos de vida livre; transporte (condomínio/clínica veterinária– clínica veterinária/condomínio) em automóvel de voluntário da equipe; aquisição de vacina antirrábica.

Como a técnica cirúrgica de esterilização é diferenciada, para permitir que o animal seja devolvido ao seu território em até 24 horas após a castração, após pesquisa em clínicas veterinárias da região, foi selecionada a Clínica Vida Animal em Ibiúna. Apesar de a implantação de C.E.D. não necessitar de autorização de órgãos públicos, o Centro de Zoonoses de Ibiúna e o Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo foram informados sobre os protocolos previstos e manifestaram que todos os procedimentos envolvidos nesta ação estavam de acordo com a ética e a legislação pertinente.

Implantação e resultados

Inicialmente, o grupo de condôminos voluntários assumiu a realização de um projeto piloto com 8 gatos e, diante dos resultados satisfatórios, apresentou a proposta às direções das administrações dos condomínios, as quais, a partir de julho de 2022, assumiram os gastos com as castrações.

Em 19 meses de trabalho, foram castrados 87 felinos (40 machos e 47 fêmeas), além de 18 filhotes destinados à adoção. Uma forma de avaliar o impacto positivo desta ação é estimar quantos filhotes deixaram de nascer em um ano. Considerando-se que uma fêmea tem em média duas gestações ao ano e 4 filhotes por ninhada, com a castração de 47 fêmeas evitou-se o nascimento de 376 gatinhos no período de um ano.

Parte importante derivada do projeto é a que diz respeito ao atendimento a animais que porventura apresentam questões de saúde que demandam cuidados especiais (internações, cirurgias, medicamentos, curativos etc) principalmente devido a lesões decorrentes de brigas ou ataque de predadores. Outro ponto vital para a manutenção dos bons resultados do projeto é garantir que os animais recebam alimentação, evitando que recorram à caça de animais silvestres ou invadam residências em busca de comida.

Ressalta-se a colaboração de condôminos e funcionários na comunicação sobre a localização das colônias, nos cuidados com esses animais, bem como eventualmente nos procedimentos de captura. Essa rede de colaboradores tem sido essencial para o sucesso do projeto!

O que precisamos agora

Chegamos a um ponto em que sabemos que ainda existem gatos de vida livre nas áreas dos condomínios, mas precisamos reforçar nossa rede de comunicação para poder localizá-los. Vale ressaltar que essa rede será sempre necessária pois a manutenção do projeto demanda uma vigilância permanente, considerando a possibilidade de introdução de novos gatos, principalmente por abandono.

Por isso, precisamos da colaboração de todos – condôminos e funcionários - nos informando a localização de felinos de vida livre que porventura identifiquem em suas residências ou mesmo em áreas de uso comum.

Contatos: Mônica (11) 99373-5091 ou Gabriella (11) 99998-5281

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